Hoje gostaria de falar sobre a questão de formação musical contínua.
O avanço tecnológico nas últimas décadas e o crescimento da diversidade de funções e habilidades, exigidas nos locais de trabalho, necessitam de ter um novo olhar para a formação das pessoas. As discussões sobre educação e qualificação para o trabalho e suas relações com o desenvolvimento da empresa, instituição ou país acontecem freqüentemente nas reuniões de trabalhadores, governos ou profissionais liberais. Ainda na segunda metade do século passado os pesquisadores de vários países começaram a desenvolver as pesquisas na área de Treinamento, Desenvolvimento e Educação de pessoas. As empresas de vários países já estão aplicando com sucesso os programas de Treinamento, Desenvolvimento e Educação, de avaliação de necessidades de aplicação dessas ações educacionais e de avaliação dos seus efeitos.
Os pesquisadores brasileiros também estão desenvolvendo e aplicando as estratégias de atualização contínua de competências organizacionais e individuais dos funcionários e estão pesquisando as condições pós-treinamento. E isso tem objetivo de trazer para a comunidade a qualidade de desempenho do trabalhador, a qualidade de vida dele e, como resultado, a qualidade de nossa vida em geral.
A gestão de pessoas no mundo está sofrendo as mudanças. Se antes as pessoas eram consideradas somente como uma ferramenta para as organizações atingirem seus objetivos, atualmente, elas estão sendo valorizadas como em nenhuma outra época na história. O aumento da concorrência, a opinião e exigência dos clientes, os avanços tecnológicos entre outros fatores têm levado as organizações a tentarem manter em seus quadros pessoas cada vez mais competentes, garantir uma atualização permanente dos conhecimentos, habilidades e atitudes de seus funcionários.
Se os sistemas de Treinamento, Desenvolvimento e Educação estão trazendo benefícios para suas organizações, porque não podemos aproveitar essa experiência na área de música?
Há grande quantidade de conjuntos musicais (instrumentais e vocais), onde podemos encontrar seguinte situação: o músico estuda intensamente para enfrentar a seleção para entrar numa organização musical e, depois de passar, se preocupa somente com a manutenção das capacidades práticas. O conhecimento, habilidades e atitudes do profissional praticamente não mudam e o conjunto não se desenvolve adequadamente.
Geralmente, para aumentar o nível do conjunto as organizações acabam contratando músicos cada vez melhores, às vezes até mandando embora os que não estão atendendo as exigências mais altas. Essa situação torna complicada se lembrar que o músico leva um bom tempo para dominar seu “instrumento” (seja um violino ou própria voz) e muitas vezes, se ele for instrumentista, até comprar seu próprio (raras instituições possuem seus instrumentos). É uma realidade não só no Brasil, mas em outros países do mundo.
As ações de Treinamento, Desenvolvimento e Educação podem e devem ser aplicadas em todas as organizações que tenham a necessidade, seja um conjunto amador ou profissional, desde que essa organização visa sua evolução constante. Porém as estratégias, o grau de complexidade e a modalidade serão diferentes.
A gestão de pessoas é uma questão bastante complicada e que há diferentes situações e condições, assim não se pretende aqui entrar em discussões a respeito do gerenciamento, mas somente trazer a experiência de outras áreas de pesquisa.
Resumindo, hoje quero somente dizer que é importante e possível aplicar os programas de Treinamento, Desenvolvimento e Educação no espaço musical: trazer a Formação Musical Contínua, por exemplo, ao ambiente de orquestra ou outra instituição, verificando as necessidades e dificuldades da área e selecionando as estratégias de aprendizagem adequadas.
Na próxima publicação vamos conversar como isso poderia funcionar no ambiente musical !
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